João Antonio Luiz Coelho
Nasceu em Moju, a 9 de julho de 1852, Filho de Antonio Luiz Coelho e Maria Vitória Coelho. Fez o curso de Humanidade no Seminário de Belém, aperfeiçoando-se nos Estados Unidos (EUA), e o de Engenharia Civil na França. Diplomou-se aos 23 anos de idade e regressou para Belém. Lecionou no Liceu paraense inglês e francês, além de fazer os processos de demarcação de terras no interior do estado.
Casou-se em Santarém e fixou residência em Belém. Foi professor, Secretário de Intendência, deputado a Constituinte de 1891, presidente (por diversas vezes) da Câmara Estadual dos Deputados. Criatura política e amigo de confiança de Antonio Lemos.
Foi o terceiro e último Governador do Estado da oligarquia lemística, de 14 anos de domínio no Pará, e quem lhe pôs fim. Em 1909, foi eleito Governador (01/02/1909 a 01/02/1913) em substituição a Augusto Montenegro, com apoio de Antonio Lemos, de quem era criatura.
Lemos teve contra si o nativismo paraense. A deslealdade de amigos, a idade e a pobreza.
Nesse tempo, Pinheiro Machado, para garantir a política de Lemos, ameaçou João Coelho de intervenção no Pará. Nesse sentido o cruzador “Tupi” teria recebido ordens. Respondeu João Coelho que reagiria na defesa da autonomia do estado. Tinha a seu lado, presente, Lauro Sodré (Senador da República e de renome nacional) que controlou a ação da região militar e convencera de urgir um golpe fulminante.
Administrativamente o governo de João Coelho assinalou-se com a erradicação da febre amarela, trazida em 1850 pela barca dinamarquesa Pollux e charrua brasileira “Pernambucana”. Conseguiu Coelho a vinda do consagrado sanitarista Osvaldo Cruz, criador e diretor do Instituto Maguinhos, e que veio repetir em Belém, e no Pará, o que fizera em 1904 na capital do País (Rio de Janeiro), extinguindo a febre amarela.
Outro seu memorial serviço foi o de comissionar Jacques Huber, diretor do museu Goeldi, para estudar a situação da borracha asiática que estava eliminando as nossa de seu mercado consumidor, a fim de indicar as providências que salvasse esse nosso produto, a base econômica da qual estava vivendo nossa Amazônia. Huber, de regresso, apresentou relatório que, se considerado pelo governo federal, teria proporcionado a recuperação comercial da nossa borracha: relatório até oportuno.
João Coelho, ao deixar o governo, recolhe-se a vida privada. Em 1917, no governo Lauro Sodré, é eleito senador pelo estado. Exerce o mandato abstraindo-se da situação partidária. A 16 de agosto de 1926, faleceu no município João Coelho (Santa Izabel do Pará), deixando viúva de segunda núpcia e três filhos.

Crédito:
SALLES, VALBER. “Moju – Rio das Cobras” – 3ª Edição (janeiro 2011). Belém. pp. 302-303

2 comentários:

Quero parabenizar o Professor Vandilson Ferreira, pela iniciativa do blogger Memória Mojuense. É um excelente trabalho, e que mantem vivo a memória de nosso município. Um grande abraço Wladimir Silva.

Agradecido! Obrigado pelo interesse em nosso trabalho!