TIESE JÚNIOR é natural da beira do Rio Moju, tendo nascido no Sítio Bom Futuro, na margem direita subindo o rio, no
Estado do Pará, atualmente é Mestrando em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na
Amazônia, UFPa, Campus de Marabá, turma 2012. Especialista em Gestão
Educacional, 2009, Faculdade Integrada Brasil Amazônia - FIBRA. Especialista em
Metodologia do Ensino de Língua Inglesa, FTC, 2010. Graduado em História, 2000,
UFPa. Professor do ensino médio no
sistema modular de ensino-SOME-2001-2003-SEDUC-professor do ensino médio
regular, professor de nível superior-2008/2012 cursos de História e Pedagogia,
na UNIASSELVI / FACULDADE METROPOLITANA DE MARABÁ/PA. Orientador, na Região
Norte, da rede de Pós-Graduação da UNIASSELVI.
Pesquisa e escreve para a
disciplina regional de ESTUDOS AMAZÔNICOS, estando com um livro lançado em
2010, reimpresso em 2012, pela editora Paka-Tatu, para ensino fundamental do 6º
ao 9º ano. Realiza um trabalho na Secretaria de Educação de Goianésia-Pa, no
período de 2005-2011, como oficinas, minicursos e palestras, em cursos de
formação continuada para professores da zona urbana e rural. Seus temas de
interesse para pesquisa são: Estudos Amazônicos, Cultura Indígena, Cultura
Africana, Formação de Professores/as. Também tem experiência com o ensino de
língua estrangeira. Fez parte do grupo de teatro FRUTOS DA TERRA, na cidade do
MOJU, entre os anos de 1992-1994, uma importante experiência cultural, no
cenário local da época.
Publicou também um livro de contos, sendo que um de seus textos acaba de ser selecionado para uma publicação de autores de todo o Brasil pela Câmara Brasileira de Jovens Escritores do Rio de Janeiro. Como a edição do livro é limitada, compartilhamos aqui o texto original do conto. Seus escritos registram o cotidiano do povo amazônico.
Eis o conto:
ÀS
PRESSAS!
Ao
longe é possível ver Rosy. Garota de aproximadamente 12 anos. A pele parece
queimada pelo sol escaldante de uma da tarde. Um short jeans curto, uma
camiseta regata, um boné preto, uma sandália de couro, que parece pequena pros
seus pés, uma bolsa de crochê rosa compõe seu figurino. À medida que a van se
aproxima, começa uma corrida contra o tempo. São aproximadamente 10 minutos
naquela parada. Trabalha vendendo milho cozido, para os viajantes que passam
por aquele trevo, que liga diferentes cidades do Sudeste do Pará, na Amazônia
brasileira.
Pega
a bacia de plástico de tamanho médio. Apressadamente destampa a panela, onde as
espigas de milhos estão revirando na água fervente. Coloca aproximadamente
cinco delas na bacia e corre em direção aos possíveis fregueses. Nem bem a
porta do veículo abre, Ela entra, logo dizendo:
-Olha o milho cozido aí! O cheiro de milho cozido toma conta do interior do veículo. Uma moça grávida reclama, diz já sentir enjoo daquele cheiro. A vendedora se esforça para passar em meio aos passageiros que saem ou entram. Alguém pergunta se tem água mineral. Ela diz que não, mas pode conseguir. Uma senhora diz querer milho. Ela apresenta a bacia, e a manda escolher. O milho tá fumaçando de quente. É possível enxergar vários sinais de queimadura em suas jovens mãos. A freguesa reclama, com um leve sorriso no rosto. Dá uma nota de cinco reais. Rapidamente abre a bolsa e tira três reais em moeda e devolve à freguesa. Um senhor, que está na última poltrona, de óculos escuros, aparentando 50 anos, também quer milho. Pergunta se tem troco pra vinte reais. Rosy afirma que sim. Negócio feito.
-Olha o milho cozido aí! O cheiro de milho cozido toma conta do interior do veículo. Uma moça grávida reclama, diz já sentir enjoo daquele cheiro. A vendedora se esforça para passar em meio aos passageiros que saem ou entram. Alguém pergunta se tem água mineral. Ela diz que não, mas pode conseguir. Uma senhora diz querer milho. Ela apresenta a bacia, e a manda escolher. O milho tá fumaçando de quente. É possível enxergar vários sinais de queimadura em suas jovens mãos. A freguesa reclama, com um leve sorriso no rosto. Dá uma nota de cinco reais. Rapidamente abre a bolsa e tira três reais em moeda e devolve à freguesa. Um senhor, que está na última poltrona, de óculos escuros, aparentando 50 anos, também quer milho. Pergunta se tem troco pra vinte reais. Rosy afirma que sim. Negócio feito.
O
motorista buzina avisando que está saindo. Sinal que a viagem vai seguir, e que
a vendedora deve descer. O carro começa a se movimentar. Corre do fundo da van,
e no momento em que está chegando à porta, uma garotinha diz querer milho
também. Em uma fração de segundos, a mãe da garota entrega o dinheiro e pega o
alimento. Sai rapidamente. A porta se fecha, e enquanto a mãe tenta esfriar o
milho pra filha, soprando, Rosy caminha em direção à sua panela quente, com um
leve sorriso no rosto. Ao longe é possível ver que outra van se aproxima do
ponto. Provavelmente nova correria, novos fregueses.
6 comentários:
Parabéns amigo.
Parabéns amigo!
Amigo...a beleza de minha biblioteca particular não seria a mesma sem os 2 livros de sua autoria. Acabei de ler !Pelas Margens do Pará", e me deliciei com seus belos contos!
Que venha o próximo!!!
P a r a b é n s ! ! !
MEU AMIGO
CADE VEZ MAIS ME ORGULHO DE FAZER PARTE DE SUA VIDA VOCÊ MERECE CADA REFERENCIA QUE É FEITA DE SEU TRABALHO COMO ESCRITOR POIS SEI QUE É FEITO COM MUITO AMOR E CARINHO E É A REALIZAÇÃO DE SEUS SONHOS
BJS
E SUCESSO SEMPRE!!!!!!
SUA AMIGA ANA CLAUDIA
Tiese tem conseguido se superar a cada obra, quem tiver a oportunidade de ler seus dois livros irá perceber a riqueza de informações e a diversidade com que o autor consegue se expressar, ambos os livros retratam o cotidiano paraense, mas são de tal forma diferentes que nos surpreende a completude do autor em escrever.
Obras como essas são importantes para que possamos derrubar mitos que ainda existem sobre a nossa região, que ainda sofre com a falta de reconhecimento nacional, que na maioria das vezes não vislumbra as maravilhas e riquezas culturais que existem por aqui.
Parabéns pelo reconhecimento nacional que você tem conseguido e tenho certeza que virão muitos outros!
Meu Rei estou muito orgulhosa de vc, me sinto privilegiada de ter sido sua aluna na turma de história na UNIASSELVI pois com isso adquirir muitos conhecimentos com vc, obrigada por tudo de bom que vc me proporcionou, desejo a vc do fundo do meu coração uma boa sorte que deus continue te iluminando e que venha muitos e muitos livros para nos deliciar com eles bjs!
Sua amiga Eliza!
Postar um comentário