ANA MÁRCIA P. DA SILVA, cresceu e residiu no município de Moju até quando
adulta, Licenciada em 'Ciência das Religiões' pela Universidade do Estado do
Pará; Licenciada e Bacharel em 'História' pela Universidade Federal do Pará;
Pós-Graduada em 'Relações Étnicos-Raciais' pela Universidade Federal do Pará.
Professora, ministra aulas de História e Filosofia para o Ensino Médio e
História para o Fundamental Maior. Com vasta experiência na educação, já trabalhou
com todas as modalidades de ensino e faixa etárias.
Sempre envolvida com a
cultura local, escreveu "Lendas e
visagens de Moju" e "Eternos
Momentos".
Atualmente está conhecendo literalmente o interior do Moju,
através do Sistema de Organização Modular de Ensino do Estado do Pará e é
quando busca os relatos de pessoas que ainda vivenciam os mistérios da natureza
e seu sobrenatural.
TEXTOS DO LIVRO "LENDAS E VISAGENS DE MOJU"
O Boto - São muitas
as lendas sobre o boto. Segundo contam, este mamífero que é da família dos
golfinhos, sai das águas do rio da ‘Amazônia para se transformar em gente, em
um lindo rapaz que seduz as moças ribeirinhas. São diversos os relatos sobre
ele: engravidam as moças e até mulheres casadas; mulheres que garantem que eram
vigiadas por ele quando banhavam nas águas do rio ou quando estavam lavando
roupa.
- Relato de
uma moradora - Este relato foi na
região do Baixo Moju.
"Certo
dia, uma jovem que lá morava e se chamava Francisca, estava em seus dias de
menstruação e ignorando o fato, pegou a cuia e o sabão e foi se banhar na beira
do rio. Foi aí que um boto se apresentou à
ela e a encantou. Em poucos dias, a jovem ficou adoentada, com dores de
cabeça, muito sono e com vontade apenas de ficar à beira do rio. Cismado, o pai
da garota resolveu levá-la para morar na cidade de Moju, na casa do Sr.
Dominguinho, com a desculpa da menina estudar. Resolveu não contar nada ao
amigo. Porém, após sua estadia na casa do amigo, ninguém mais conseguia dormir
com tantos assovios e arranhões na parede da casa, do lado de fora.
Depois de
muitas noites mal dormidas, Sr. Dominguinho ir olhar quem tanto assoviava e
arranhava a parede de sua casa, e, através do buraco que havia na porta,
avistou um homem com roupa e chapéu branco na cabeça, que subia a rampa do
'portinho' e vinha em direção à sua casa. Imediatamente, entendeu o que estava
acontecendo e no outro dia chamou um 'rezador' para 'benzer' a casa e este lhe
confirmou que era o boto e estava atrás da Francisca, que já estava 'judiada'
por ele. Com muita
reza conseguiram quebrar o encanto.
LIVRO
DE POEMAS: ETERNOS MOMENTOS
O
AMOR
Sentimento
que envolve pessoas
Transforma
o ser
Une
amantes
Sentimento
que gera vida
Que
trás renúncias
Que
cala a voz
Congela
a alma
Sentimento
zen
Que
habita em mim
E
habita em ti
Sentimento
de êxtase
Mesmo
nos momentos de dor
Impossível
descrevê-lo
Mas
é possível senti-lo
Não
existe criatura que não o conheça
Não
existe coração que não tenha amado
Não
existe peito que não o tenha guardado
Nem mente que nunca tenha relembrado
RIBEIRINHA
Tua
beleza é singular
Teu
sorriso é sereno
O
olhar é o mais profundo que há
Tua
pele morena exala cheiro de mulher
Mesmo
ainda sendo menina moça
Teu
andar é doce
Tua
simplicidade é nata
A
natureza em tua volta te completa
A
samaumeira, o açaí e o buriti
O
sol ilumina teus dias
Enquanto
a noite testemunha teus sonhos
És
ribeirinha!
O
rio é tua estrada
A correnteza
te acompanha
És
verdadeira nativa
A
pérola na paisagem
És
assim...
És
feliz e nem sabe!
Ou...
És
feliz e nem imaginas!
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