ESCRITORES MOJUENSES: ANA MÁRCIA SILVA

By | abril 04, 2017 Faça um comentário
ANA MÁRCIA P. DA SILVA, cresceu e residiu no município de Moju até quando adulta, Licenciada em 'Ciência das Religiões' pela Universidade do Estado do Pará; Licenciada e Bacharel em 'História' pela Universidade Federal do Pará; Pós-Graduada em 'Relações Étnicos-Raciais' pela Universidade Federal do Pará. Professora, ministra aulas de História e Filosofia para o Ensino Médio e História para o Fundamental Maior. Com vasta experiência na educação, já trabalhou com todas as modalidades de ensino e faixa etárias. 
Sempre envolvida com a cultura local, escreveu "Lendas e visagens de Moju" e "Eternos Momentos".
Atualmente está conhecendo literalmente o interior do Moju, através do Sistema de Organização Modular de Ensino do Estado do Pará e é quando busca os relatos de pessoas que ainda vivenciam os mistérios da natureza e seu sobrenatural.

TEXTOS DO LIVRO "LENDAS E VISAGENS DE MOJU"

O Boto -  São muitas as lendas sobre o boto. Segundo contam, este mamífero que é da família dos golfinhos, sai das águas do rio da ‘Amazônia para se transformar em gente, em um lindo rapaz que seduz as moças ribeirinhas. São diversos os relatos sobre ele: engravidam as moças e até mulheres casadas; mulheres que garantem que eram vigiadas por ele quando banhavam nas águas do rio ou quando estavam lavando roupa.

- Relato de uma moradora - Este relato foi na região do Baixo Moju. 
        
"Certo dia, uma jovem que lá morava e se chamava Francisca, estava em seus dias de menstruação e ignorando o fato, pegou a cuia e o sabão e foi se banhar na beira do rio. Foi aí que um boto se apresentou à   ela e a encantou. Em poucos dias, a jovem ficou adoentada, com dores de cabeça, muito sono e com vontade apenas de ficar à beira do rio. Cismado, o pai da garota resolveu levá-la para morar na cidade de Moju, na casa do Sr. Dominguinho, com a desculpa da menina estudar. Resolveu não contar nada ao amigo. Porém, após sua estadia na casa do amigo, ninguém mais conseguia dormir com tantos assovios e arranhões na parede da casa, do lado de fora.
Depois de muitas noites mal dormidas, Sr. Dominguinho ir olhar quem tanto assoviava e arranhava a parede de sua casa, e, através do buraco que havia na porta, avistou um homem com roupa e chapéu branco na cabeça, que subia a rampa do 'portinho' e vinha em direção à sua casa. Imediatamente, entendeu o que estava acontecendo e no outro dia chamou um 'rezador' para 'benzer' a casa e este lhe confirmou que era o boto e estava atrás da Francisca, que já estava 'judiada' por ele. Com muita reza conseguiram quebrar o encanto.

LIVRO DE POEMAS: ETERNOS MOMENTOS

O  AMOR
Sentimento que envolve pessoas
Transforma o ser
Une amantes  
Sentimento que gera vida
Que trás renúncias
Que cala a voz
Congela a alma
Sentimento zen          
Que habita em mim
E habita em ti
Sentimento de êxtase
Mesmo nos momentos de dor
Impossível descrevê-lo                     
Mas é possível senti-lo
Não existe criatura que não o conheça
Não existe coração que não tenha amado
Não existe peito que não o tenha guardado
Nem mente que nunca tenha relembrado

RIBEIRINHA
Tua beleza é singular
Teu sorriso é sereno
O olhar é o mais profundo que há
Tua pele morena exala cheiro de mulher
Mesmo ainda sendo menina moça
Teu andar é doce
Tua simplicidade é nata
A natureza em tua volta te completa
A samaumeira, o açaí e o buriti
O sol ilumina teus dias
Enquanto a noite testemunha teus sonhos                                        
És ribeirinha!
O rio é tua estrada
A correnteza te acompanha
És verdadeira nativa
A pérola na paisagem
És assim...
És feliz e nem sabe!
Ou...
És feliz e nem imaginas! 

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